sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Ponto de Equilíbrio



                                                                  (Raquel Pereira)

Tenho por hábito ir ao terraço da minha casa quando quero relaxar. Acho extremamente válido que as pessoas tenham válvulas de escape que as permitam repensar certas situações, para não tomar atitudes precipitadas....
Já vi muita gente fazendo exercício físico, dando porrada em saco para não extravasar fora, gente que se isola em lugares distantes para avaliar os prós e os contras, gente que saí gritando ou falando....falando...falando.
Bom, certo ou errado, coerente ou não, são formas de extravasar os problemas do cotidiano.
Eu estava exatamente assim, tomada por um pensamento acelerado com a alma angustiada, então como perdi o costume de falar...falar e falar.. aprendi a meditar.
Comigo funciona mais ou menos assim: Fecho os olhos, vou aos poucos acertando a minha respiração, o turbilhão de pensamentos vai dando espaço e o meu corpo aos poucos vai tomando posse dos meus sentidos.
Com a pele sinto o vento levantar delicadamente os pelos do braço, levantar os fios do cabelo e acariciar o rosto.
O ouvido vai ganhando mais clareza, tomando consciência do que antes passava despercebido, os barulhos distantes se aproximam numa sinfonia maravilhosa.
A mente então finalmente ganha à paz necessária.
O engraçado é que depois as coisas vão ficando cada vez mais claras, as soluções vão aparecendo. É preciso o silêncio, então a sabedoria pode enfim falar mais alto, impossível haver qualquer consciência no meio da bagunça, organizar a mente nos libera para encontrar o que precisa ser encontrado.
Naquele dia abri meus olhos, já relaxada avistei um céu azul, lindo e majestoso, havia uma árvore e um galho fino que chegava ao topo dela, lá um pássaro pousado, pousado não por muito tempo, ele voava um pouco e sempre retornava ao lugar de origem, cada vez experimentava voos mais distantes, algumas vezes voava para frente outras rodeava, cada vez demorava mais, parecia mesmo estar explorando o local.
O que me chamou a atenção não foi só sua ousadia de exploração, mas sim o retorno ao ponto de equilíbrio.
Cada um tem o seu ponto de equilíbrio, aquele lugar, aquela pessoa.. Para mim, a cena veio inesperadamente ao encontro dos meus olhos como um presente, o meu ponto de equilíbrio é Jesus. Um passarinho me contou que tenho sempre que voltar aos braços DELE.
E o seu ponto de equilíbrio qual é?
Voltar a ele te dará uma visão mais ampla do dia a dia, te devolverá a coragem para sobrevoar lugares tenebrosos, te dará força para focar no que realmente é importante.
Descobri-lo é primordial! A certeza de ter sempre aonde nos aconchegar nos dá confiança e convicção que nunca vamos cair, pois temos um solo firmando a nossa raiz.

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